sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Estava na rua, era noite, estava escuro, como o breu, uma neblina baixa e densa, que me cansa os olhos de forçar a vista, para ver alguma coisa. Eu temia, temia que eles aparecessem, temia mas seria ridículo se me atacassem, até mesmo se não estivesse mais ninguém por perto.
E ali estava eu, uma figura ridícula e baixa, sem ninguém na imensidão da noite. Tocaram-me no ombro, sem olhar soube logo quem era, eram eles(!), encostou-me o seu corpo duro, trabalhado e quente(no meio do terror dos meus olhos ainda consegui pensar nisso), e abraçou o meu pescoço com um braço e a lâmina brilhante da sua navalha, encostou-ma ao pescoço enquanto o outro homem, igualmente delici... horrível se me dirigiu a palavra, de forma arrogante e fria:
-Vamos miúda, dá-nos tudo o que tens, se queres viver!
E foi aí, mesmo com uma lâmina cortante e fria junto ao pescoço, que me desmanchei a rir.
-Estás a rir-te de nós miúda, achas que estamos a brincar!? Nós roubamos-te tudo e nada podes reclamar, nem a tua honra!
E ri mais.
O que me envolvia encostou os lábios carnudos e quentes na minha orelha e falou baixo:
-Penses o que pensares, sais daqui sem nada, se não cooperares, bebé!
-Mas ela está a rir-se de quê?! - estava raladíssimo, dei graças por não ser ele a encostar-me a arma que tinha no pescoço.
-Queres explicar-nos, bebé?!
-Hey(?), querido, vieram assaltar a moça errada, é ridículo...
-Miúda, não penses que escolhemos, decidimos na hora e aqui estás tu, com a mala cheia, de roupas justas e olhos brilhantes e delineados, grossa, como quem está pronta a deitar a mão no bofe... Querida, deves estar a suar dinheiro...
Soltei uma gargalhada que foi abafada pela mão do que estava à minha frente.
-Posso explicar a situação?
-Espero que valha a pena, coração!
-É o seguinte, antes de mais vocês não têm noção do que é SER assaltante ou whatever!
-Somos profissionais, temos dado cabo dos bolsos e carteiras de toda a cidade, estás a brincar?!
-Só me dás razão, segundo, nunca me dirias tal coisa, terceiro... não tenho nada, mesmo nada que me possam roubar!
-Ai não(?), porquê?
-A única coisa que tenho, de valor, é o meu telemóvel. Mas, sinceramente, até um cigano tinha vergonha de o vender na sua banca!
-Então raptamos-te!
-Sugar, a minha mãe nem dinheiro tem para o meu jantar, quanto mais para um resgate! Não tenho nenhum aparelho maravilhoso, este telemóvel, desde à um mês que nem para um placa de 5€ dá, o batom está no fim, a carteira vazia e o colar é de plástico... e mais, vocês nem a virgindade me podem roubar, porque já a dei a alguém!


THE END OF THE SUTPID STORY


Christelle en une mauvaise journée

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sim é.

Sim é!
Sim é, porque é nosso, sempre foi e sempre será! Só há alguém que sabe do nosso segredo e essa pessoa tu sabes quem é.
Talvez tenha exagerado na minha reacção, mas sinceramente(?) de ti era a ultima coisa que esperava.
Não tenho medo de admitir: "Porra, tenho mesmo saudades tuas!!", mas FODA-SE, põe-te no meu lugar, foi a primeira vez que alguém que me É importante me 'trai'... 'TRAI'? Bem, em prato limpos suponho que não seja traição(eu não tinha nada com ele), mas no fundo, naquela merda de sítio que nos magoa(?), é e DÓI tanto...
É dificil explicar, porque tenho medo de errar, deixar-me levar e acreditar, jogar e perder... mas sabes(?), todos os dias que me passeio pelo meu bairro lembro-me 'Será que ela não está em casa da amiga?', sempre que vou à escola, sempre que passo pelo DV e olho para a ponte, para a entrada das lojas cá em baixo... lembro das nossas horas de almoço e da chuvada que apanhamos... Não há dia que não te recorde com saudade, já não me lembro de ti com mágoa, isso já passou, recordo-me, SIM, dos nossos momentos bons. Sim porque haveria de me lembrar dos maus(?) foda-se, chorei tanto, não tenho vergonha de admiti-lo, chorei imenso uma amizade de que eu gostava... FODA-SE, GOSTO(!), mas porquê(?), porque nos interessamos pelo mesmo rapaz, que RIDÍCULO, faz algum sentido, valeu a pena(?)... eu acho que não.
Porra, chorei a ler o teu texto, chorei mesmo! Foda-se, estou farta de deixar coisinhas escritas a dizer que tenho saudades tuas... e sabes que mais(?), o 'Quem sabe um dia tudo volte a ser o que era!' era para ti... E sabes outra coisa(?), se não gostasse mesmo de ti, era incapaz de to dizer, não me ia humilhar nunca se não gostasse de ti... mas GOSTO!
Tenho-me debatido, sempre que aqui venho, para não te dizer nada(descobri que sou muito orgulhosa, afinal. Mas cedi, como vez...), para não perguntar 'Vampira, o que é que nos aconteceu, já não sentes a minha falta?' e, para falar a verdade... estava pronta a fazer isso enquanto olhava a janela do msn aberta... até que recebi o nosso blog, fiquei com o coração nas mãos e os olhos em água. Bem, tu sabes como eu sou, espero que ainda saibas, por isso não me envergonho em dizer que tinha as lágrimas nos olhos.

Nunca te esqueças, que te adoro.

Christelle
sinceramente sinto-me esgotada, o dia foi atordoante, falei com pessoas que já tinha excluído completamente da minha vida mas que afinal voltaram a fazer parte dela, lembrei-me do passado - um erro, eu sei, mas pelos vistos errar ainda é aquilo que faço melhor - e consequentemente lembrei-me de ti. lembrei-me do rapaz que parece o Slash e com quem nunca mais falei - ai se eu soubesse - e lembrei-me deste blog. lembrei-me de outras coisas, mais eróticas, mais "libidescas", mais violentas, mais fortes, mais tudo - oh, tu sabes da minha capacidade de divagar - mas o que importa mesmo é que me lembrei de ti e do que éramos. não digo fomos, porque "fomos" dá a ideia de qualquer coisa já terminada e eu não quero estar a impor um fim em nada, porque não gosto de fins. gosto de ti. gosto do que éramos. depois, li aquele texto, que nem sei se era para mim ou não, mas identifiquei-me, entendes? deu-me o impulso para te estar a escrever isto. lembrou-me não de ti - oh minha filha, de ti lembro-me todos os dias - mas das minhas saudades tuas. veio-me aquele cheirinho a nostalgia, aquela vontade louca de partilhar contigo, de escrever o link do nosso blog "secreto" na mesa de um parque, de partilhar almoços de pão com açúcar e manteiga, o cheiro às bolachas de água & sal, o cheiro à parvoíce, cheiro a Beatles! oh! cheiro a Beatles; se tu soubesses as saudades que tenho de dançá-los contigo. cheiro à tua prenda de anos, que ainda guardo e tenciono dar-ta. porque é tua. fiz para ti. seria incapaz de a dar a mais alguém. tenho saudades disso tudo. estou arrependida. verdadeiramente arrependida de me ter deixado envolver pela má fase que passava e descarregar na nossa relação. verdadeiro arrependimento - e tu conheces-me, sabes que é algo inédito em mim. não vou pedir desculpa, não vou porque essa palavra de tão gasta que está já nem significado deve ter. digo apenas que estou arrependida e que tenho tantas mas tantas saudades, minha vampira. tantas. e digo-to aqui, neste blog - e talvez nem seja o sítio mais indicado - apenas porque sempre foi algo muito só nosso. sempre foi o nosso segredo.

Joan